Fundado em 1 de Janeiro de 1923, teve como sócios fundadores Adriano Marques Roldão, Adriano Possidónio Marques, Adriano Rodrigues, Álvaro Mário Couceiro Neto, António Gomes de Almeida, Armando de Abreu e Sousa, Armando Luís Marques, Joaquim Neto Ferreira, José Pereira Ferreira, Luciano Nobre Marques, José Guarda Marques e Matias Freitas Órfão. Foi desde a sua génese um clube dedicado apenas à vertente desportiva, sendo o futebol a sua principal modalidade. No entanto, ao longo dos anos, já teve secções de atletismo, basquetebol, boxe, ciclismo, columbofilia, natação, pesca, ténis, ténis de mesa, tiro aos pratos, tiro aos pombos, rugby e voleibol.
O primeiro campo de futebol, no Pinhal da Feira, foi inaugurado em 1 de Maio de 1923 num jogo frente ao União Futebol Leiriense e consistia num terreno de jogo vedado por cordas e sem balneários.
Em 20 de Maio de 1929 torna-se um dos fundadores da Associação de Futebol de Leiria, dando inicio a um período de domínio absoluto no panorama regional. De facto, o Atlético Marinhense, sob preparação técnica de Aníbal Roque e orientação de Joaquim Salgueiro, conquistou seis dos primeiros nove Campeonatos Distritais de Leiria (1929/30; 1930/31; 1934/35; 1936/37; 1937/38 e 1942/43). A valia dos seus jogadores era notável, levando a que dez dos seus onze jogadores integrassem a Seleção Distrital, num período em que não havia substituições. Essa foi a primeira equipa a ganhar notoriedade e a projetar o nome do AC Marinhense por todo o país. Era constituída por, em baixo da esquerda para a direita, Aníbal Augusto, Nogueira, Roque (capitão) , Saraiva e Rato, em cima pela mesma ordem, Afonso Henriques, Vitorino, Pimenta, Abreu, Veloso, Barros e Franco (suplente).
Dinamizado por Joaquim de Carvalho Salgueiro, com o apoio de Aníbal Roque e a ajuda dos sócios, foi construído em terreno alugado o campo da Portela que seria vedado em 1939. Em 1941 fez-se uma bancada e em 1955 seriam construídos balneários, cabinas para os árbitros e cabina médica. À época foi efetuada uma campanha de angariação de fundos para a construção de um ginásio-sede, sonho que nunca viria a realizar-se apesar da oferta de muito material de construção. Acabaria tudo por ser liquidado, mais tarde, para apostar no sonho de levar o AC Marinhense à 1ª Divisão. Posteriormente seriam construídas instalações sanitárias, secretaria, garagem, arrecadações e um rinque de patinagem.
Apura-se para o X Campeonato de Portugal, disputando uma competição de nível Nacional pela primeira vez. Depois de eliminar o FC Barreirense, fica-se pelos 1/8 de final eliminado pelo Boavista FC no jogo de desempate, depois de ganhar na Marinha Grande por 3-2 e perder no Porto por 4-1.
No dia 28 de dezembro de 1931 é punido com 90 dias de suspensão um jogador do AC Marinhense, por ter dito ao árbitro: "O que o Sr. Árbitro precisava sei eu!".
Defronta pela primeira vez o SL Benfica, a contar para o XII Campeonato de Portugal, perdendo por 6-0 em Lisboa (Campo Grande). No dia 7 de maio, com arbitragem de José Farinha (Santarém), o Atlético Marinhense alinhou com Afonso Henriques; José Órfão e Francisco Barros; José Ferreira, Luís Abreu e Artur Nogueira; Aníbal Augusto, Aníbal Roque, Augusto Nogueira, José Saraiva e José Rato. Com ambas as equipas a linhar num tradicional 2-3-5, marcaram para o SL Benfica Vítor Silva (41’, 54’, 65’), Guedes (61’, 88’) e Xavier (85’).
A contar para o XIII Campeonato de Portugal tem pela primeira vez na sua história o Sporting CP como adversário. O jogo, disputado em Lisboa (Amoreiras) no dia 13 de maio e arbitrado por Manuel Garrido (Setúbal), teve como resultado 3-1 para a equipa da casa. Marcaram os golos Faustino (1-0 aos 15’ de grande penalidade), Aníbal Augusto (empatou aos 28’), Reynolds (2-1 aos 30’) e Soeiro confirmaria a vitória (3-1 aos 70’). Alinharam pelo AC Marinhense Afonso Henriques; Saraiva II e Barros; Veloso, Abreu e Nogueira II; Aníbal Augusto, Nogueira I, Roque, Saraiva I e José Rato.
Numa altura de grande popularidade do ciclismo, alguns atletas do AC Marinhense destacam-se vencendo também competições nacionais.
Na época 1936/37 vence a II Divisão - Série 5 ganhando todos os jogos disputados.
Torna-se filial do Sporting Clube de Portugal ganhando o leão no seu símbolo. Esta decisão leva alguns sócios descontentes a fundar o SL Marinha.
Alcança as meias-finais do Campeonato Nacional da 2ª Liga, perdendo 4-1 com o Leixões SC, que viria a vencer a competição diante do União de Lisboa.
Envereda pela primeira vez pela profissionalização da equipa de futebol, uma medida polémica e muito contestada pelos sócios. No entanto recolhe dividendos da decisão, tornando-se vice-campeão Nacional da 3ª Divisão, perdendo para o Almada AC na finalíssima.
Causa sensação na 2ª Divisão Nacional – Zona Norte, época 1959/60, quase conseguindo a promoção à primeira divisão. Classifica-se em segundo lugar logo atrás do campeão SC Salgueiros.
Descontente com a falta de apoio deixa de ser filial do Sporting e retira o leão do emblema
Quarto classificado na Taça Ribeiro dos Reis na época 1961/62, vencendo a sua série e perdendo o jogo de atribuição do terceiro lugar para o Barreirense FC.
Alcança os quartos de final da Taça de Portugal, época 1962/63. Depois de eliminar, a duas mãos, Silves FC, Varzim SC e Alhandra SC. Seria eliminado pelo SL Benfica por 3-1 e 5-0.
Na época 1964/65 o AC Marinhense causa sensação ao derrotar o Sporting CP em pleno estádio de Alvalade, em jogo a contar para a Taça de Portugal. No dia 20 de setembro, defrontando a equipa que apenas quatro meses antes tinha vencido um troféu europeu, a Taça dos Vencedores das Taças, o Atlético Marinhense fez um jogo extraordinário. Após estar a perder por 1-0 (Ferreira Pinto aos 2’), deu a volta ao marcador com golos de Jorge Neto (18’) e Marciano (23’). Todos os jornais desportivos elogiaram o jogo do Marinhense que alinhou com Franklim, Cardoso, Zeca, Moisés, Marciano, Pinto, Armando, Neto, Nartanga, Garcia, Carapinha. O treinador era o espanhol Berna.
Depois de vencer a IIª Série da Taça Ribeiro dos Reis, o AC Marinhense acaba a competição num honroso 3º lugar vencendo o SC Olhanense por 3-1. A competição foi ganha pelo SL Benfica que derrotou o FC Penafiel na final.
A Taça Ribeiro dos Reis foi uma competição organizada pela Federação Portuguesa de Futebol criada na época 1961–62 e que teve a sua última edição na época 1970–71. O seu nome constitui uma homenagem a António Ribeiro dos Reis, um antigo jogador português de futebol, treinador, jornalista, diretor da Federação Portuguesa de Futebol e o primeiro português a ser nomeado para o Comité de Arbitragem da FIFA. Disputavam esta prova os clubes da primeira e segunda divisões.
Foi uma prova precursora da atual Taça da Liga, com um formato semelhante e as divisões de clubes participantes idênticas.
A época de 1970/71 deveria ter sido a época de ouro do AC Marinhense. Quase alcançou a subida direta à 1ª divisão ficando a apenas um ponto do Campeão SC Beira-Mar. Além disso, e na sequência de um alargamento na época seguinte de 14 para 16 clubes na 1ª Divisão, deveriam ter subido os segundos classificados da Zona Norte e da Zona Sul, respetivamente AC Marinhense e União de Tomar. No entanto, o assunto arrastou-se e acabou por ser decidida a realização de um Torneio de competência II / I Divisão – 1970-71, envolvendo os referidos clubes e os dois despromovidos da divisão principal. Este torneio decorreu no inicio da época seguinte quando os planteis já não eram os mesmos. Apesar de já não poder contar com alguns dos seus melhores jogadores, o Atlético chegou à última jornada a necessitar apenas de um empate, o que não se veio a verificar. O jogo realizou-se no estádio do Calhabé em Coimbra e teve como adversário o Leixões SC.
Pela terceira vez fica perto da promoção: terceiro lugar na Zona Norte da II Divisão 1971/72, um ponto atrás do GD Riopele (acesso à liguilha de promoção) e a dois pontos do campeão União de Coimbra. Atinge também os 1/8 de final da Taça de Portugal, depois de eliminar na Portela SC Penalva Castelo e AD Ovarense, CD Feirense em Vila da Feira, e FC Famalicão novamente na Marinha Grande. Apenas caiu aos pés do SL Benfica em pleno Estádio da Luz.
Pela quarta vez, a promoção à primeira divisão esteve quase a acontecer: apesar do quarto lugar na Zona Sul da II Divisão 1972/73, fica a apenas dois pontos do Oriental que viria a ascender no Torneio de Competência. Foi a última vez que o AC Marinhense discutiu a subida à principal divisão do futebol Português.
Os anos oitenta foram anos de bom desempenho da secção de Atletismo do AC Marinhense. Apesar da falta de condições apropriadas para a prática desta modalidade, o trabalho e a dedicação dos seus treinadores e atletas levou-os a alcançar inúmeros títulos distritais e alguns títulos nacionais.
Mais um bom desempenho na Taça de Portugal na época 1984/85. Após eliminar consecutivamente CD Aves, CD Lousanense e FC Lixa, acabou afastado pelo USC Paredes nos 1/8 de final num jogo polémico em que foi validado um golo, cujas imagens televisivas demonstram que a bola nunca se encontrou sequer no risco de golo.
Inauguração do Estádio Municipal da Marinha Grande, que culminou com uma vitória do AC Marinhense sobre o convidado Sporting Clube de Portugal.
Por extinção da 3ª Divisão, o AC Marinhense inicia a sua “descida ao inferno” que culminaria na época 2014/15 em que disputou a última divisão da AF Leiria. Essa época também marcaria o ponto de viragem, iniciando um período de reorganização e recuperação.
A época 2016/17 assistiu ao regresso do AC Marinhense às competições nacionais. Depois de uma fase tão atribulada, este título distrital é comemorado de forma entusiástica por várias centenas de adeptos que se deslocaram a Óbidos na penúltima jornada.
A época 2016/17 assistiu ao regresso do AC Marinhense às competições nacionais. Depois de uma fase tão atribulada, este título distrital é comemorado de forma entusiástica por várias centenas de adeptos que se deslocaram a Óbidos na penúltima jornada.
Depois de duas subidas e descidas nas épocas seguintes, o AC Marinhense estabiliza-se no Campeonato de Portugal e conquista o 3º lugar na fase regular da Série E da competição, ficando a 1 ponto da Fase de Subida
História compilada por João Matias